quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Por que Rogério Correia mentiu tanto na entrevista que concedeu ontem?

POLÍTICA

Deputado Rogério Correia
Rogério Correia
A entrevista do deputado Rogério Correia ontem (12/12) foi a primeira tentativa fracassada de se safar do flagrante de todos os telefonemas grampeados pela PF, que mostram as suas conversas com o falsário Nilton Monteiro sobre a falsificação da “Lista de Furnas”.

Primeiro, a surpresa por ele não ter apresentado o seu assessor Simeão de Oliveira para que o mesmo pudesse dar esclarecimentos sobre a conversa com o falsário, que se encontra preso por responder as acusações de fraude de mais de 300 milhões de reais.

O assessor não estava lá e, além de desaparecer, alega não se lembrar de nenhuma conversa! Isso mesmo! O deputado Rogério Correia afirma que Simeão, o sumido e esquecido, disse que não se lembra mais dos diálogos que teve com o lobista.

Perguntado sobre a sua conversa com o falsário, o deputado disse que apenas cobrava dele rapidez para entregar o que seriam os originais da lista.

Contudo, leia o trecho do diálogo publicado na Revista Veja, quando Nilton Monteiro, o lobista, cobra o pagamento prometido pelos petistas:

Nilton: “…Me deram uma facada nas costas. Não vai ser igual do Azeredo, o trem vai feder, viu Rogério?”

Rogério: “O (inaudível – provavelmente o nome de quem faria o pagamento) é quem faz. Tem que acertar logo aquilo. Vai ficar tudo certo”.

Como se vê acima, Rogério não apenas demonstra que está por dentro das negociações para o pagamento ao falsário, como garante que o acerto entre eles vai ser cumprido.

Além disso, o deputado distribuiu – de novo – cópia do laudo da PF – que está disponível na internet no blog “Olha a Verdade” - sobre os chamados originais. Pediu atenção de todos para a parte que os peritos dizem que a assinatura do diretor de Furnas é verdadeira (orgulhoso do resultado da falsificação?).

Só não chamou a atenção dos repórteres para a página 10 desse mesmo laudo que desmonta toda a farsa.

Explico. Em janeiro de 2006, eles distribuíram as cópias da lista e deram inúmeras entrevistas garantindo a autenticidade das mesmas.

Quando questionado, para tentar dar veracidade aos xerox, o deputado garantia que havia visto o original antes e que as cópias correspondiam exatamente ao original de onde foram copiadas.

Pois bem, em maio quando apareceram os originais, aconteceu o impensável: a Polícia Federal nas páginas 8, 9 e10 do mesmo laudo divulgado pelo deputado de novo, atesta que esses papéis não têm nada a ver com o xerox que Nilton e Rogério haviam divulgado anteriormente. Eram outras assinaturas e o logotipo do papel também era outro. Eles fizeram outra lista.

Com isso, a PF jogou por terra toda a versão que Nilton e Rogério repetiram durante meses!

Ora, se a PF afirma que são papéis diferentes, com assinaturas diferentes, de cara, pelo menos uma é falsa.

Qual o deputado acha que é falsa?

A do xerox que ele distribuiu antes, garantindo que era cópia de um original que ele tinha visto?

Na verdade, nenhuma das duas era verdadeira.

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