segunda-feira, 12 de março de 2012

Destaque na imprensa: Estados aliados são privilegiados e recebem o dobro de verba

União transferiu 117,9% mais recursos por habitante para governos comandados por partidos da base em 2011

Abrir o cofre do governo federal e liberar as emendas parlamentares pode não ser a melhor estratégia escolhida pela presidente Dilma Rousseff para acalmar os ânimos dos partidos aliados. A iniciativa pode expor uma situação considerada preocupante pelas bancadas federais: a relevante diferença nos repasses de verbas para os estados governados pela base.

Levantamento feito pelo Hoje em Dia com base nos dados do Portal da Transparência aponta que os governos da base receberam, no ano de 2011, em média, R$ 712,15 em recursos federais por habitante, enquanto governos de estados chefiados por partidos de oposição receberam apenas R$ 326,75 por pessoa. Ou seja, estados governados por PSDB e DEM tiveram um repasse per capita 117,9% menor que o dos outros estados. Dos seis que mais receberam repasses, quatro são governados por aliados da presidente Dilma Rousseff. Dos seis que menos receberam, cinco são chefiados pela oposição.

Levando em conta a média de habitantes dos estados, a diferença entre o volume de repasses é gritante em alguns casos. Enquanto o governo do Acre, do petista Tião Viana, chegou a receber R$ 3.217,25 por habitante, Minas recebeu apenas R$ 358,77. No fim da lista estão os estados de Santa Catarina (R$ 344,86) e São Paulo (R$ 223,20).

Em volume financeiro, os governos de estados comandados por aliados, que contemplam uma população de 91,5 milhões de pessoas, segundo Censo 2010 do IBGE, recebeu um total em repasses de R$ 65.158.989.814,74.

Já os estados governados por tucanos e democratas, que possuem um total de 99,3 milhões de habitantes, foram contemplados com R$ 32.443.405.186,51.

A preferência por governos de estados comandados por aliados é mais clara nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na primeira, o Espírito Santo, governado por Renato Casagrande (PSB), recebeu em média R$ 807,23 por habitante, e o Rio de Janeiro, comandado por Sérgio Cabral (PMDB), faturou R$ 671,40 per capita. Já os governos de tucanos – Minas Gerais e São Paulo – receberam menos de R$ 300,00 por habitante.

No Centro-Oeste, os dois governos estaduais nas mãos de aliados – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – e o Distrito Federal, governado por um petista, receberam, em média, mais do que Goiás, governado por Marconi Perillo (PSDB). No Norte, dos três governadores que apoiam a presidente Dilma, dois estão no topo da lista.

No Nordeste, região onde o PT e o PSB têm mais apelo eleitoral, os repasses são mais equilibrados. Embora Sergipe, do petista Marcelo Deda, lidere a lista de governos contemplados, na média, é a oposição que recebeu mais recursos por habitante.

A situação é semelhante no Sul, onde o Paraná, governado pelo tucano Beto Richa, contou com mais repasses que o Rio Grande do Sul, do petista Tarso Genro.

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