sexta-feira, 27 de abril de 2012

Não cabe mais poeira debaixo do tapete

Patrus e Hélio Costa


De cada R$ 3,00 dos gastos por Hélio Costa e Patrus Ananias, R$ 1,00 foi irregular. Está é decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre as contas da campanha do petista e do peemedebista de 2008, quando disputaram e perderam a eleição para o Governo de Minas.

Esta decisão da Justiça é mais uma prova do que se viu durante aquela disputa eleitoral, quando Hélio, suspeito de envolvimento num mar de lama no Ministério das Comunicações, foi empurrado a fórceps pelo então presidente Lula garganta abaixo dos petistas mineiros como candidato do partido.

Mesmo com as notícias diárias de uma fraude de R$ 170 milhões na Telebrás para beneficiar um amigo de Hélio quando ele era ministro de Lula, a candidatura se fortaleceu definitivamente quando Patrus, até então grande paladino da ala petista “engajada”, se colocou como vice na chapa. E como todos se lembram, somente uma quase peça teatral que envolveu e constrangeu até a sua mãe, que precisou “abençoar” a candidatura do filho.


Link para reportagem: “Lanvaderia do ex-ministro” da revista Isto É, que traz a denúncia de R$ 170 milhões para beneficiar um amigo de Hélio Costa.


Com Patrus e o PT legitimando Hélio Costa, foi dado o start para um esquema de abafa sobre as denúncias envolvendo o candidato peemedebista e os Correios e a Telebrás. E assim, cheia de imoralidades, a campanha ganhou as ruas.

O que esqueceram de combinar foi que, apesar de abafadas as irregularidades com suspeita de envolvimento de Hélio, os candidatos e seus coordenadores de campanha deveriam, a partir dali, seguir o caminho da correção. Não foi o que se viu.

Desde a primeira prestação de contas da campanha, o que se viu foram números que levantavam a suspeita de irregularidade. Após trinta dias de campanha nas ruas, Hélio e Patrus, por exemplo, apresentaram contas com gasto “zero” de pessoal (como assim? Todos trabalharam de graça?).

Mais adiante, outro indício de irregularidade. As manifestações, protestos e ocupações do comitê central do PMBD e PT, em Belo Horizonte, se tornaram diários. Eram pessoas contratadas por Hélio e Patrus que foram enganadas. Trabalhavam e não recebiam o pagamento por isso.

Em Montes Claros, um caso emblemático veio à tona no ano passado. Foi quando taxistas da cidade cobraram uma dívida de R$ 17 mil de Hélio e Patrus, pois, segundo eles, foram contratados para pregarem cartazes nas ruas da cidade e não receberam por isso.

Pelo visto, a tarefa de provar ao Tribunal Superior Eleitoral de que não houve falcatruas nas contas de campanha não será uma tarefa fácil para Hélio e Patrus. O tapete está cheio e já não comporta mais nenhum grão de poeira embaixo.

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