terça-feira, 20 de novembro de 2012

FH diz que briga entre PT e PSDB virou 'cara e coroa'



Ex-presidente diz que Dilma percebeu que há problemas, mas não conseguiu sair deles

MACEIÓ - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a briga entre PT e PSDB desgasta os dois partidos e que o duelo virou "cara e coroa". Em Maceió, onde esteve na noite de segunda-feira, ele afirmou que as duas legendas têm que reconhecer seus legados.

- Desgasta os dois. Porque quando a briga fica cara e coroa, cara e coroa, o povo não gosta disso. Não é necessário. O PT não seguiu as grandes linhas que implantamos lá no passado? Seguiu. Então, não podemos avançar em programas que o PT implantou? Podemos. O Brasil é de todos, não é de um só - disse FHC.
Questionado sobre o governo Dilma Rousseff, FH preferiu não alimentar a crítica:

- Ela ainda está por demonstrar. Percebeu que tem problemas. Agora, não conseguiu sair deles ainda. Nem na energia, nem no petróleo, nem nas estradas, nem nos aeroportos. Ainda está tentando. Vamos dar tempo a tempo.

O ex-presidente disse ainda que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) virou um "nome mais forte" para a disputa presidencial de 2014, mas afirma que há uma "certa fila" na legenda "e não desrespeita os demais nomes", sem citá-los.

- O nosso eleitorado não tem mais dono. Agora, acho importante renovar sempre. O Brasil é um país que tem vigor, energia. No alto dos meus 80 anos digo com tranquilidade: é preciso botar gente nova, jovem e com cabeça boa, com ideias também, para poder estar à altura dos desafios do Brasil - contou.

FH veio a Alagoas a convite do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para receber a Medalha Marechal Deodoro da Fonseca, a mais alta honraria alagoana, por serviços à democracia e ao desenvolvimento social. O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e a secretária nacional de segurança pública, Regina Miki, também foram agraciados. Déda se recupera de um câncer e não foi ao evento. Miki chamou FH de "eterno presidente".

Fernando Henrique fez um convite público ao governador de Alagoas para que assumisse a presidência nacional do PSDB. Teotonio Vilela Filho, que é mais ligado a Aécio Neves, negou.

- Fui presidente do partido. Não tenho esse objetivo - disse o governador alagoano.

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