terça-feira, 5 de junho de 2012

Governando o Brasil por frações bianuais


País vive retrocesso nas práticas de gestão pública, onde o PT aposta na falta de memória e cobranças para manter investimentos fracionados e insuficientes.



gestão pública eficiente de Aécio Neves não é apenas uma marca na biografia do senador. Ela tem sido tema recorrente em seus alertas sobre as chances que o Brasil tem perdido de avançar, exatamente no momento em que a macroeconomia abre todas as portas, janelas e braços para o país caminhar para um nível de desenvolvimento humano em padrões de potência mundial. O que assistimos é um país que caminha em direção contrária: com uma máquina federal que volta aos primórdios da ineficiência e quase completa paralisia. No máximo, o que se vê, são frações de investimentos e obras que deveriam ter sido implantadas há dois, três anos sendo comemoradas como se fossem símbolos de gestão. É o caso do Anel Rodoviário de Belo Horizonte que aguarda há dois anos os R$ 282,38 milhões em investimentos anunciados pelo governo federal para sua completa reforma e modernização. Amanhã, a presidente Dilma Rousseff virá à capital mineira autorizar convênio para que o Governo de Minas assuma a execução da obra nos 27 quilômetros do Anel. É preciso entender que a festa que veremos amanhã em Belo Horizonte não é, nem de longe, a garantia de que o governo federal irá liberar um Real sequer dos R$ 282,38 milhões prometidos em 2010. Dilma – mais uma vez fracionando benesses – simplesmente irá repassar ao Estado o direito de executar uma obra sem data de início. Exatamente o que o governador Antonio Anastasia solicitava em documento oficial enviado aos ministros do presidente Lula em agosto de 2010. O metrô da capital é outro exemplo de administração por pequenas frações. Em 2009, no seu segundo mandato como governador de Minas, Aécio Neves e o prefeito Marcio Lacerda apresentaram ao então presidente Lula uma proposta de divisão de investimentos e administração para que conclusão da Linha 1 do metrô de Belo Horizonte e o início das linhas 2 e 3. Aécio e Lacerda nunca receberam uma resposta à proposta. Porém, curiosamente, no final de 2011, a presidente Dilma anuncia R$ 3 bilhões para parte (fração novamente) das obras no mesmo molde: numa divisão de investimentos entre União, Estado e prefeitura. É preciso um pouco de memória dos cidadãos e tanto mais de pesquisa por parte da imprensa para que a gestão pública não viva de retrocessos. Não podemos mais permitir que os investimentos urgentes aconteçam por frações, a conta-gotas. Curiosamente, de dois em dois anos, exatamente quando aparecem no Brasil uns bichinhos danados chamados “eleições”.

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