segunda-feira, 11 de junho de 2012

Julgamento Mensalão - nada para temer ou comemorar




Réus do mensalão e seus oposicionistas escancaram desmoralização das instituições democráticas do país ao transformarem marcação de julgamento em “rinha de galo”

Os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) marcaram para o dia 1º de agosto a data do julgamento do maior esquema de desvio de recursos públicos para financiamento ilícito de campanhas eleitorais da história do Brasil: o mensalão, criado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Os absurdos que envolvem o esquema tem criado um clima de disputa; ou melhor, de rinha de galo, por suas ações criminosas. De um lado, petistas e réus do mensalão esperneando porque o julgamento foi marcado fora de um período que eles achavam justos. De outro, uma torcida que deveria ser apenas espectadora de fatos tão tristes para a história do Brasil.

Ao contrário do frenesi, nós brasileiros deveríamos ter muito vergonha de temer ou comemorar a marcação de um julgamento no Supremo. Sendo há seis anos, agora ou daqui a 10 anos, o fato de ter existindo um escândalo tão triste para a história do Brasil já é o suficiente para manchar a imagem do nosso país no mundo.

Não há motivo para comemorar quando os ministros agendam para o dia 1º de agosto o julgamento dos mensaleiros e seus desvios milionários de recursos públicos. Devemos sim, acompanhar o processo, que deverá durar 45 tortuosos e vexatórios dias para a nação brasileira.

Independente de sua posição atual de presidente nacional do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE), deu uma aula de serenidade e de respeito à história do Brasil ao comentar a marcação do julgamento do mensalão: “essa é uma questão da Justiça. Nela começou e deve finalmente terminar”. Ponto (triste) final.

É inadmissível que o foco do julgamento seja desviado para discussões partidárias, eleitorais ou políticas. Será que já não basta ao PT a carapuça de ser protagonista desta mancha à história do Brasil?

É de uma total falta de escrúpulo ou limites da moralidade reduzir o julgamento de um fato tão triste para a história brasileira ao questionamento de que “não imaginava que segmentos do Supremo seriam tão suscetíveis assim”, como fez André Vargas, deputado do PT pelo Paraná.

Quando alguém se coloca na posição de temer ou comemorar o simples fato de que um julgamento judicial acontecerá é porque o país já não vive na normalidade das instituições democráticas.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário