sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Desmascarando os R$ 4 bilhões de Patrus


Para Patrus Ananias, o máximo da eficiência em política social é repassar recursos obrigatórios do governo federal para estados e municípios


Mesmo com toda a mudança cultural da sociedade brasileira, que ano a ano vem aumentando seu grau de cobrança e indignação em relação aos mal feitos dos administradores públicos – vide a pesquisa que mostram que 73% da população acha que os envolvidos no mensalão do Governo Lula são criminosos -, ainda existem os políticos que não se cansam de arriscar uma “mentirinha” em período eleitoral.

Quando um candidato não têm muito o que mostrar de bom em sua biografia, o que mais se vê é a supervalorização de feitos comuns, que são repaginados - muitas vezes com inverdades - e vendidos a preço de ouro. Em Belo Horizonte, por exemplo, se assiste a uma tentativa maldosa de politização dos repasses constitucionais obrigatórios do governo federal.

O candidato a prefeito da capital mineira e ex-ministro, Patrus Ananias, tem repetido um falso mantra exaustivamente, apostando na premissa de que uma mentira dita várias vezes acaba se transformando em verdade. Com o intuito de salvar sua candidatura e seu desconhecimento da realidade da capital mineira, da qual se afastou há quase 20 anos, o ex-ministro tem dito que os R$ 4 bilhões em repasses obrigatórios da União para Minas Gerais, entre 2004 e 2010, na área de assistência social foi uma “decisão política dele” quando estava à frente do Ministério.

Ao mesmo tempo em que se diz “pai” de uma determinação constitucional para qualquer ocupante do posto de ministro do Desenvolvimento Social, independente de ser do PT, PSDB, de Belo Horizonte, de Porto Alegre ou da cidade paulista de Descalvado, Patrus cai em contradição na mesma frase ao afirmar que no governo federal “nunca houve qualquer tipo de discriminação a prefeitos e governadores que não pertenciam a partidos da base aliada”.

Devagar com o andor, cara pálida!

Se por uma hipótese esdrúxula os repasses obrigatórios – fato que Patrus omite – só tivessem vindo para Minas Gerais pela atuação individual do ex-ministro, evidentemente, o governo do PT estaria sim fazendo uso político dos recursos federais, não é mesmo?

Se Patrus quer mesmo que a população de Belo Horizonte se convença que ele deve ser o próximo prefeito por ter simplesmente repassado R$ 4 bilhões em rubricas obrigatórias em seis anos para Minas Gerais, o PT precisa rever suas escolhas: é chegada a hora de substituir Patrus por alguém mais “competente” em repassar recursos que a Constituição obriga.

A atual ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, paulista de Descalvado e que fez carreira pública no Rio Grande do Sul, gastará apenas três anos para repassar os mesmo R$ 4 bilhões que Patrus precisou de seis anos para fazer. Tereza Campello para prefeita de BH, já!

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