quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pagot revela métodos do PT para trazer recursos públicos a campanhas



Brasília – O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, em depoimento concedido na CPI do Cachoeira na terça-feira (28), relatou métodos utilizados pelo PT para a obtenção de recursos públicos com a finalidade de abastecer campanhas eleitorais do partido. A tática engordou em mais R$ 6 milhões os cofres do PT, segundo Pagot. As práticas relatadas pelo ex-diretor ocorreram em 2010, cinco anos após a eclosão do escândalo do mensalão.

Pagot contou que foi procurado por petistas e aliados – entre eles, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, então candidata ao governo de Santa Catarina – que solicitavam ao então diretor a indicação de empresas parceiras da autarquia que poderiam doar quantias ao PT. Outro apoiador do governo federal que buscou apoio de Pagot foi Hélio Costa (PMDB), candidato a governador de Minas Gerais em 2010; diante da negativa, Costa ameaçou Pagot de demissão caso vencesse as eleições.

As declarações de Pagot somam-se aos fatos explicitados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam os acusados pelo mensalão, e detalham a apropriação de recursos públicos executada pelo PT. O deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) define as situações como um fruto da “promiscuidade entre público e privado” empreendida pelo PT na administração do governo federal.

“Sob o comando de Lula, vimos uma grande desorientação do governo federal e uma danosa mistura entre privado e público. O PT sempre foi tolerante com estes desvios. E o resultado destas práticas é o que estamos testemunhando no julgamento do mensalão”, afirmou.

O parlamentar declarou que a situação gera paralisia ao país. Segundo Abi-Ackel, a crise institucional faz com que sejam travados os investimentos em infraestrutura e outros setores – o que tem como principal prejudicada a população.

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